terça-feira

CONSTANTIN STANISLAVSKY


Pensamentos retirados do livro "A Preparação do Actor"


"No Teatro, toda acção deve ter uma justificativa interior, deve ser lógica,
coerente e real."


"Durante cada segundo que estivermos no palco, a cada momento do desenrolar da acção da peça, temos de estar conscientes, ou das circunstâncias externas que nos cercam ou de uma cadeia inferior de circunstâncias que foram imaginadas por nós mesmos, a fim de ilustrarmos nossos papéis."

"Cada movimento que fazem em cena, cada palavra que dizem, é resultado de vida certa de suas imaginações."

"Para fugir do auditório, temos de ficar interessados em alguma coisa no palco".


"O actor deve ter um ponto de atenção, e que esse ponto de atenção não pode estar no auditório."

"Nunca se perca no palco. Actue sempre em sua própria pessoa, como artista. Nunca se pode fugir de si mesmo. O instante em que você se perde no palco, marca o ponto em que deixa de verdadeiramente viver seu papel e o início de uma acção exagerada, falsa."

"Sempre e eternamente, quando estiver em cena, você terá de interpretar você mesmo. Mas isto será uma variedade infinita de combinações de objectivos e circunstâncias dadas, que você terá preparado para seu papel e que foram fundidas na fornalha de sua memória de emoções."

"A fim de exprimir uma vida delicadíssima e em grande parte subconsciente, é preciso ter controle sobre uma aparelhagem física e vocal, extraordinariamente sensível, otimamente preparada."

"Pode-se representar bem e pode-se representar mal. O importante é representar verdadeiramente."

"Um actor do nosso tipo precisa de trabalhar tão mais que os outros"

"Até mesmo a externalização de um papel é muito influenciada pelo subconsciente. Com efeito, nenhuma técnica artificial teatral, pode sequer comparar-se às maravilhas que a natureza produz."

"Nossa experiência levou-nos a crer firmemente que só o nosso tipo de arte, embebido que é nas experiências vivas dos seres humanos, pode produzir artisticamente as impalpáveis nuançes e profundezas da vida. Só uma arte assim pode absolver inteiramente o espectador, fazendo-o, a um só tempo, entender e experimentar intimamente os acontecimentos do palco, enriquecendo a sua vida interior e deixando impressões que não se desvanecerão com o tempo."

"Na vida comum, a verdade é aquilo que existe realmente, aquilo que uma pessoa realmente sabe. A passo que, em cena, ela consiste em algo que não tem existência de facto, mas poderia acontecer."

"Para nós tem importância: a realidade da vida interior de um espírito humano em um papel e a fé nessa realidade. Não nos interessa a existência profundamente notória do que nos rodeia em cena, a realidade do mundo material. Esta só nos é útil na medida em que nos fornece um fundo geral para os nossos sentimentos."

"A verdade em cena é tudo aquilo em que podemos crer com sinceridade, tanto em nós mesmos como em nossos colegas."

"Em nossa arte é preciso viver o papel a cada instante que o representamos e em todas as vezes."

"É preciso muito cuidado com a utilização do espelho. Ele ensina o actor a observar antes o exterior do que o interior da alma".

"Com o auxílio do rosto, da mímica, da voz e dos gestos, o actor mecânico apenas oferece ao público a máscara morta do sentimento inexistente."

"Nunca se permita representar exteriormente algo que você não tenha experimentado intimamente e que nem ao menos lhe interessa."

"Em cena, não pode haver, em circunstância alguma, qualquer acção cujo objectivo imediato seja o de representar e despertar um sentimento qualquer por ele mesmo."

"Quando escolher algum tipo de acção, deixem em paz o sentimento e o conteúdo espiritual."

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